No Fundo Portugal é Mar | Perspetivas da Arte, Ciência e Ambiente

8 MAI a 31 JUL

Nada escapa ao mar em Portugal.
Da geologia ao clima, do passado ao futuro, dos sonhos aos medos, o mar é afinal o quê?
Ele é o fundo, os peixes, a vida, as ondas, os vulcões, a solidão e o espaço imenso.
Ele é também o covil de abjeções inconfessáveis e de maravilhas ondulantes; de mistérios e abusos, descobertas e ganâncias, e de todos os possíveis para além dos impossíveis.
Ele é o mais frágil, imenso e desconhecido dos comuns da humanidade.
Nada em Portugal escapa ao mar.
Distantes mas fascinados pelo mar, desejosos e ressentidos dele ao mesmo tempo, agora vamos passar a tê-lo em nós de outro modo, mais vasto e mais exigente.
Esta programação fala-nos disso. Dessa mudança e das exigências que ela faz a uma cidadania culta e ativa para o mar.
Ela é um apelo aos arredios terrestres deste país, que terão de cuidar dele, de se continuar com ele, de se descobrir nele.
Esta programação é um convite ao mar, lançado aos públicos de todas as infâncias que queiram mergulhar nestas propostas artísticas, mas também científicas e ambientais.
Um convite por onde se gere entusiasmo e curiosidade, cultura marítima de agora e do futuro, e um novo empenho ativo e emotivo sobre o mar maior que irá ser.


fotografia © Áthila Bertoncini

Esta programação gira em torno da exposição No Fundo Portugal é Mar.
A exposição No Fundo Portugal é Mar agrega três propostas artísticas que nos deslocam entre as paisagens sonoras onde a terra e mar se falam, o alerta sobre a poluição e desequilíbrios ambientais e a revelação dos fundos marinhos: As Portas do Mar, uma instalação de faróis que nos trazem o universo sonoro do mar, dos portos e praias, e os códigos sonoro-luminosos dos faróis portugueses; Balaena plasticus, uma instalação, o esqueleto de uma baleia de barbas, da autoria de Ana Pêgo e Luís Quinta, criada com lixo plástico que o mar nos devolve e que grita a urgência de reaprendermos muitos gestos; Terramar, uma instalação vídeo de Graça Castanheira, criada com base em materiais cedidos pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), captados por um ROV, um robô telecomandado que desce a 6.000 metros de profundidade e mergulhadores.
Esta instalação propõe fazer-nos viver abaixo da linha de água.
Na receção da Fábrica das Artes, os visitantes poderão ainda experimentar a instalação Mãos na Areia, um módulo interativo produzido pelo Pavilhão do Conhecimento - Centro Ciência Viva que permite explorar a topografia dos fundos marinhos, através de uma mesa de areia e um sistema de realidade aumentada.
Os sentidos desta exposição desdobram-se em oficinas exploratórias, nas quais queremos passar do assistir ao fazer, ou seja, conhecer melhor e crescer com isso.
São seis oficinas que passam pela escrita criativa, pelo confronto com monstros imaginários e reais, pelas formas líquidas das esculturas marinhas, pela simetria abissal entre o mar e o cosmos até ao confronto fascinante e fatal com a imensidão dos plásticos que lançamos nos oceanos e que tomam agora conta dele e do nosso próprio corpo, condenando-nos a todos ao destino do esqueleto da baleia Balaena plasticus, integrada no projeto Plasticus maritimus.
No Jardim das Oliveiras decorrerão três concertos, sessões com contadores de histórias e longas conversas marinhas entre tão improváveis interlocutores quanto variada é a fauna humana que entre nós vive o mar.


fotografia © Áthila Bertoncini

Por fim, um dos transversais clássicos sobre o Mar, A Menina do Mar, de Sophia de Mello Breyner Andresen, a partir da música de Bernardo Sassetti, surge nesta programação na forma de um espetáculo de Filipe Raposo, Carla Galvão e Beatriz Bagulho. Lembra-nos que a beleza e o amor, a terra e o mar, vivem na cidade dos homens, na sua história, nas forças políticas que se afrontam, e que o futuro é uma escolha que está para ser feita, tal como um rumo, um horizonte, uma nave largada no mar.
Decorreu também em março, o espetáculo Marinho - Um artista, Sete programadores, de Margarida Mestre, Henrique Fernandes e Maria João Castelo, o resultado de uma parceria entre sete instituições culturais do país.

Madalena Wallenstein Coordenadora e programadora Fábrica das Artes




Calendário

Marinho - Um artista, sete programadores | Margarida Mestre - Espetáculo - 8 a 11 março
Remoinho | Margarida Mestre - Oficina de experimentação sensorial - 8 março
Imersão | Margarida Mestre - Oficina de experimentação sensorial e escrita - 9 março
Agitação | Margarida Mestre - Formação - 10 março
Sedimentação | Margarida Mestre, Ana Pêgo, Pedro Prista - Mini conferência - 11 março
No fundo Portugal é mar | Graça Castanheira, Rui Rebelo e Ana Pêgo - Exposição - 8 maio a 31 julho
No fundo, as palavras vêm do mar | Judite Canha Fernandes - Oficina de escrita criativa - 9 a 13, 16 a 18, 20 maio
No fundo, as palavras vêm do mar - Formação | Judite Canha Fernandes - Formação/Entre a Arte e a Educação - 19 maio
Plasticus maritimus - Realidade aumentada | Ana Pêgo - Oficina de biologia, educação ambiental e artes plásticas - 9 a 11, 15 a 18 maio
Plasticus maritimus - Realidade aumentada e animada | Ana Pêgo - Oficina de biologia, educação ambiental e artes plásticas - 12, 13 e 19 maio
Conversas com mar | Vários convidados - Mini palestras - 17 e 24 maio, 7, 14, 21 e 28 junho, 5, 12, 19, 26 julho
A menina do mar, de Sophia de Mello Breyner Andresen | Carla Galvão e Filipe Raposo, A partir da música de Bernardo Sassetti - Espetáculo - 19, 20, 22 a 27 maio
Quimera – Monstros de Júlio Verne e outros mais contemporâneos | Adriana Pardal - Oficina de artes plásticas - 22 a 27 maio
Criadores Aquáticos | Paula Palhota - Oficina de esculturas marítimas - 29, 30 de Maio, 1, 2, 5 a 9 junho
Vostok & Calypso | Pietro Romani - Oficina de dança - 29, 30 de Maio, 1 a 3, 5 a 8 junho
Filho de peixe sabe... pintar | Margarida Botelho - Oficina de artes - 12, 14 a 24 junho
Canções da Terra e do Mar | Rita Maria e Filipe Raposo - Concerto no Jardim - 30 junho
Férias no Nautilus | Antonella Gilardi - Artes nas Férias do Verão - 2 a 6, 9 a 13 julho 
Estórias ao fundo do mar | Ana Sofia Paiva e Sofia Maul - Contos no Jardim - 7 e 8 julho
Concerto com Faróis | Rui Rebelo e Carla Galvão - Concerto no Jardim - 14 e 15 julho
Bemóis e outros bicharocos | Teresa Gentil - Concerto narrado no jardim - 21 e 22 julho


O Ciclo No Fundo Portugal é Mar resulta de uma Parceria entre a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) e o Centro Cultural de Belém (CCB – Fábrica das Artes).
https://www.emepc.pt/pt/

Com o apoio de: Pavilhão do Conhecimento - Centro Ciência Viva e Samsung

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